SENTIDO DE URGÊNCIA

Publicado em: Terça-Feira, 05 de Junho de 2007
Fonte: rede globo

Antes, o Dia do Meio Ambiente era comemorado de forma contemplativa. Era dia de olhar o verde. Mas tudo mudou muito nos últimos anos. Hoje a data mobiliza empresas, especialistas, ONGs e líderes mundiais.
Os alertas dos cientistas deram o sentido de urgência. O Brasil teve eventos assustadores: o furacão Catarina; secas seguidas no Rio Grande do Sul, e uma enorme seca na Amazônia. Os climatologistas já não duvidam de que são sinais da mudança climática.
Hoje, o assunto  meio ambiente se desdobra em vários. Primeiro, conservação de espécies ameaçadas; segundo, as emissões de gases poluentes afetando a saúde e ameaçando o planeta; terceiro, as perdas econômicas provocadas pelos desastres ambientais; quarto, as chances de negócios na limpeza do planeta. No começo, as empresas preferiram negar que o problema existisse. Hoje, todas querem provar que são verdes. Algumas são sinceras.
O tema é assunto de grandes negociações internacionais. O presidente dos Estados Unidos, George Bush, depois de negar o aquecimento global, agora quer comandar uma reunião com os grandes poluidores. Ele tenta tirar da biografia dele o fato de não ter assinado Kyoto. Quer dar um passo para o pós-Kyoto, o novo acordo que está sendo negociado para depois de 2012.
Bush não faz isso de graça: existem hoje cinco leis tramitando no Congresso americano impondo controle federal sobre as emissões das empresas. E todos os pré-candidatos defendem esse controle.
Na Europa, os governos já levam isso a sério há muito tempo. As empresas não estão nisso apenas por medo da regulação, e sim porque há chances de gordos negócios. Os investimentos em energia mais limpa, biocombustível e em produção de baixo carbono subiram de US$ 28 bilhões para US$ 71 bilhões no ano passado.
As empresas entenderam que o custo de fazer alguma coisa para evitar o desastre é alto, mas o preço de não fazer nada é impagável. Além disso, há chance de bons negócios. Neste Dia do Meio Ambiente, o tema entrou definitivamente na agenda econômica.
 
Mirian Leitão